A rica cultura da comunidade quilombola, na figura de Pedro Papiri aos 106 anos de vida

Santa Cruz de Goiás, berço cultural do estado, tem entre seus moradores um verdadeiro ícone que carrega consigo as reminiscências de tempos passados. Pedro Antônio Miguel, conhecido carinhosamente como Pedro Papiri, é o habitante mais antigo da cidade, com impressionantes 106 anos de idade – ao menos nos registros oficiais. A exata idade de Pedro, no entanto, é um mistério, já que seu registro civil foi feito quando ele já contava com alguns anos de vida, prática comum no passado.

Natural de Minas Gerais, Pedro se mudou ainda criança para o distrito de Santo Antônio da Esperança, também conhecido como Rio do Peixe. Desde cedo, mergulhou no trabalho braçal nas fazendas da região, seguindo os passos do pai, Antônio Miguel Arcanjo, de quem herdou o carinhoso apelido “Papiri”.

Entretanto, Pedro Papiri é muito mais do que um simples trabalhador rural. Ele se tornou um verdadeiro símbolo da força e da cultura quilombola, sendo um membro ativo da Comunidade Quilombola Mucambo de Santa Cruz de Goiás. Sua trajetória de vida, repleta de desafios e superações, merece ser celebrada, e sua contribuição para a cidade foi amplamente reconhecida. Entre as importantes homenagens recebidas, destacam-se o título de cidadão santacruzano, a comenda Minha Terra Meus Amores, concedida pela Comissão Santacruzana de Folclore, e a Comenda Anhanguera, a mais alta honraria do Governo de Goiás.

Aos 106 anos, Pedro Papiri não é apenas um idoso ilustre, mas um testemunho vivo de um passado que muitos apenas conhecem por meio dos livros. Ele representa a resistência e a rica cultura da comunidade quilombola, personificando valores que vão muito além do tempo. As histórias que ele narra, as tradições que mantém vivas e sua presença marcam um elo fundamental entre o passado e o presente de Santa Cruz de Goiás.

Em um mundo que avança rapidamente, figuras como Pedro Papiri nos lembram da importância de valorizar nossas raízes e a história de nossas comunidades. Com sua sabedoria e vivência, ele continua a inspirar as novas gerações, instigando um sentimento de pertencimento e respeito pela cultura que ele tanto representa. (Fonte: bloglucaspinheiro).