Investigação
Proprietários da clínica Karine Gouveia Estética são presos pela segunda vez em Goiânia
Eles haviam sido soltos em fevereiro
12/03/2025, 15:02 -

Karine Gouveia e Paulo César | Foto: Reprodução/Redes sociais
A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) prendeu preventivamente, nesta quarta-feira (12/3), os proprietários da clínica Karine Gouveia Estética, Karine Gouveia Silva e Paulo César Gonçalves, em Goiânia. A prisão foi motivada por uma investigação que apontou a possibilidade de que clientes da clínica, que realizaram procedimentos de preenchimento facial entre março de 2018 e março de 2019, tenham sido injetados com óleo de silicone, uma substância proibida que pode causar sérias complicações de saúde, como deformidades, necroses e infecções.
A polícia orientou os clientes que realizaram esses procedimentos na época a procurarem atendimento médico para exames, a fim de verificar se foram vítimas dessa substância indevida. Caso seja constatado o uso do óleo de silicone, os clientes devem entrar em contato com a 4ª Delegacia Distrital de Goiânia, que conduz o inquérito.
A ordem judicial que determinou a prisão dos suspeitos destacou a gravidade dos procedimentos estéticos realizados de forma inadequada e o uso de substâncias proibidas. A investigação também revelou a comercialização ilegal de medicamentos e produtos não autorizados pela Anvisa, além de ações dos suspeitos para dificultar as investigações e desrespeitar decisões judiciais anteriores.
Karine Gouveia Silva e Paulo César Gonçalves já haviam sido presos em 18 de dezembro, mas foram liberados em 8 de fevereiro. A investigação teve início no final de 2024, após mais de 70 pacientes procurarem a polícia, relatando lesões decorrentes dos procedimentos realizados na clínica.
Relembre o caso
A investigação da PC, iniciada em fevereiro de 2024, reuniu diversas denúncias contra os proprietários da clínica Karine Gouveia Estética. A dona da clínica, que não possui formação na área da saúde, está sendo investigada por crimes como formação de organização criminosa, falsificação de produtos terapêuticos, lesões corporais gravíssimas, exercício ilegal da medicina e estelionato. As unidades da clínica em Goiânia e Anápolis foram fechadas pela Vigilância Sanitária devido às irregularidades.
Segundo a polícia, os investigados operavam de maneira organizada, utilizando estratégias de marketing agressivas para atrair clientes e empregando profissionais sem a qualificação necessária para realizar os procedimentos estéticos e cirúrgicos oferecidos nas duas unidades da clínica. A investigação aponta para a prática de procedimentos sem a devida autorização legal, colocando em risco a saúde dos pacientes.