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Religião e dinheiro público

R$ 950 mil em emenda para evento gospel expõe fragilidade na fiscalização do uso do dinheiro público

O bispo Oídes José do Carmo, presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira – Campo de Campinas (AD Campinas), negou qualquer interesse no recurso.

26/08/2025, 10:33

R$ 950 mil em emenda para evento gospel expõe fragilidade na fiscalização do uso do dinheiro público

Um repasse de R$ 950 mil em recursos públicos, destinado pela vereadora Leia Klébia (Podemos) à Associação Goiana de Atualização e Realização do Cidadão (Agarc) para financiar um congresso gospel em Goiânia, acendeu o alerta sobre o uso e a fiscalização das chamadas emendas parlamentares.

O caso, revelado pelo jornal O Popular, evidencia um cenário preocupante: verba pública liberada para uma entidade sem histórico na área, supostamente para custear um evento de grande porte ligado à Assembleia de Deus – Campinas.

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O bispo Oídes José do Carmo, presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira – Campo de Campinas (AD Campinas), negou qualquer interesse no recurso. Em entrevista ao O Popular, ele afirmou ter solicitado à vereadora a devolução do montante:

“A AD Campinas não tem interesse no valor da emenda para a promoção do Conectados. A associação citada que faça uso para as finalidades que achar conveniente”, declarou.

Contradição

Materia1566corpo.webp Apesar da negativa pública do líder religioso, documentos obtidos pela imprensa (goiás24horas), mostram que os R$ 950 mil foram transferidos desde agosto do ano passado para a conta da Agarc. A contradição levantou suspeitas sobre quem de fato movimentou os valores e para qual finalidade.

Segundo a reportagem (goiás24horas), a Agarc, beneficiária da emenda, não possui ligação com o segmento evangélico nem experiência na realização de eventos religiosos. O envolvimento da entidade, sem justificativa clara, gera questionamentos sobre possíveis irregularidades.

Fontes ouvidas pelo jornal afirmam que há indícios de superfaturamento e que a presidente da associação pode revelar detalhes comprometedores sobre a destinação do dinheiro.

Para a sociedade, as perguntas são inevitáveis:

  • Se o recurso não foi usado no evento, onde está o dinheiro?
  • Quem autorizou e fiscalizou essa movimentação?
  • O Ministério Público conseguirá rastrear os valores e responsabilizar os envolvidos?

O episódio escancara um problema estrutural: a falta de transparência e fiscalização rigorosa sobre as emendas parlamentares. Criadas para atender demandas da população.

Essas verbas têm se tornado um campo fértil para suspeitas de desvios, beneficiando interesses particulares e fragilizando a confiança no poder público.

Enquanto a investigação avança, resta à sociedade cobrar respostas e exigir que cada centavo do dinheiro público seja utilizado de forma correta e em benefício do coletivo – e não como moeda de troca entre política, religião e negócios.

Piracanjuba
Jornal 5 de Junho

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