Investigação
Megaoperação mira rede de tráfico ligada ao PCC em Goiás e outros Estados
Esquema teria movimentado R$ 300 milhões
28/03/2025, 14:32 -

Apreensão feita pelos policiais da PCDF | Foto: Divulgação/PC-DF
Na manhã desta sexta-feira (28/3), a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrou uma megaoperação contra uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), revelou que o esquema operava de forma coordenada em diversos estados, incluindo DF, Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul e o Nordeste. Há indícios de que a organização teve influência no Poder Legislativo de pelo menos duas cidades. Detalhes sobre essas atuações ainda não foram divulgados.
A PCDF investigou uma rede de tráfico desmantelada pela Operação Chiusura. A organização adquiria drogas nas fronteiras, garantiam seu transporte e distribuíam em Brasília, além de realizar lavagem de dinheiro. Com uma estrutura sofisticada, a rede manteve parcerias com o PCC em algumas operações e usou uma fintech de São Paulo para movimentar cerca de R$ 300 milhões em três meses.
Cerca de 450 policiais estão cumprindo 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão, com foco em diversas regiões do DF e em estados como MS, SC, MT, GO, RN e AL. A operação resultou no sequestro de 17 veículos e sete imóveis, incluindo uma casa de luxo em um condomínio fechado em Anápolis, Goiás.
A operação resultou no bloqueio de várias contas bancárias, incluindo uma empresa de fachada em São Paulo que movimentou R$ 300 milhões em três meses. Os criminosos estavam inseridos na alta sociedade de diversas capitais, com o líder da organização no DF possuindo uma propriedade rural em Planaltina antes de se mudar para Florianópolis. Membros do núcleo financeiro em Goiás ostentavam imóveis e veículos de luxo, enquanto no Nordeste, o grupo residia em Maceió e, em Mato Grosso do Sul, mantinham vínculos com o Rio Grande do Norte, onde um investigado possuía uma pousada.
As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal revelaram que um casal em Goiânia faz parte do "Núcleo Goiás" de uma organização criminosa, utilizando contas bancárias de duas empresas para disfarçar e movimentar valores provenientes do tráfico de drogas. O casal, junto com seu filho de 21 anos, é responsável pela circulação de valores milionários ligados às atividades ilícitas do grupo, funcionando como uma espécie de núcleo familiar dentro da organização.
Além disso, foi identificado que o filho do casal, aos 19 anos, foi nomeado assessor parlamentar de gabinete na Câmara de Goiânia em 2023. A Câmara informou que a nomeação ocorreu após a verificação regular de certidões e documentos exigidos por lei, e que está cumprindo todas as decisões judiciais, ainda não tendo sido notificada oficialmente pelas autoridades competentes sobre o caso. "A Mesa Diretora do Poder Legislativo já determinou a demissão do funcionário", enfatizou.