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TURISMO RADICAL

Turismo radical: Neurocientista explica como o cérebro viciado em adrenalina pode ignorar risco

O caso da implosão do submersível no Oceano Atlântico que iria realizar uma expedição até os destroços do Titanic e causou a morte de cinco pessoas, chamou a atenção do mundo para um mercado em ascensão: O mercado do turismo radical.

23/06/2023 15:08

Turismo radical: Neurocientista explica como o cérebro viciado em adrenalina pode ignorar risco

*Por Dr. Fabiano de Abreu

O caso da implosão do submersível no Oceano Atlântico que iria realizar uma expedição até os destroços do Titanic e causou a morte de cinco pessoas, chamou a atenção do mundo para um mercado em ascensão: O mercado do turismo radical.

O turismo radical sempre chamou a atenção, seja para escalar montanhas, nadar com tubarões ou realizar saltos de aviões, mas com a crescente evolução da tecnologia os limites para a realização desse tipo de atividade se expandiu, com diversas empresas oferecendo viagens a grandes profundidades nos oceanos e a enormes altitudes no espaço uma questão tem surgido: Por que o ser humano se submete a atividades perigosas?

Como é a cabeça de um viciado em adrenalina De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o cérebro é o órgão mais afetado pelas descargas de adrenalina, o que gera reações em todo o corpo. “A adrenalina, um hormônio produzido pelas glândulas adrenais e neurônios do Sistema Nervoso Central, desempenha um papel crucial em situações perigosas ou estressantes. O cérebro detecta o perigo e envia um sinal para a amígdala, que, por sua vez, aciona o hipotálamo. O hipotálamo comunica-se com o corpo através do sistema nervoso simpático, estimulando as glândulas adrenais a liberarem adrenalina na corrente sanguínea”.

“A adrenalina desencadeia diversas reações no corpo, ela quebra moléculas de glicogênio no fígado, fornecendo energia aos músculos, também acelera a respiração, aumenta os batimentos cardíacos, contrai os vasos sanguíneos e estimula a transpiração” Explica Dr. Fabiano de Abreu.

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O cérebro viciado em adrenalina e os riscos do turismo radical Em 1974, os psicólogos Donald Dutton e Arthur Aron conduziram um experimento revelador sobre como a atribuição errônea da excitação afeta nossos sentimentos de atração.

Homens que visitavam um parque em Vancouver foram entrevistados por uma mulher atraente, metade atravessou uma ponte suspensa, enquanto a outra metade passou por uma ponte sólida.

Após visualizarem uma foto e imaginarem uma história por trás dela, a mulher forneceu seu número de telefone aos participantes. Surpreendentemente, a maioria dos homens que ligaram para ela havia atravessado a ponte suspensa, confundindo a excitação com atração. Quando o experimento foi repetido com um entrevistador masculino, poucos ligaram.

Essa confusão ocorreu devido ao aumento dos batimentos cardíacos e da respiração acelerada na ponte suspensa, que foi interpretado erroneamente como atração, por ambos os sentimentos, medo e paixão, se relacionarem ao Sistema Nervoso Simpático, relacionado com o instinto de lutar ou fugir, gerando reações semelhantes, o que pode confundir as sensações.

“A exposição à adrenalina pode ser viciante pois quando ela ocorre em ambientes controlados, como parques de diversões ou esportes radicais, onde, teoricamente, os riscos de morte são mínimos, mas não a sensação de exposição a ela, o que faz com que o cérebro gere sensações que podem ser confundidas com prazer e paixão, o que pode gerar a necessidade de continuar se expondo a essas situações, muitas vezes ignorando os riscos incluídos nela” Explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

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O desaparecimento do submersível da empresa OceanGate no Oceano Atlântico durante uma expedição que iria visitar os destroços do Titanic chamou a atenção do mundo nos últimos dias, ontem foi anunciado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos que não houve sobreviventes no desastre do submarino.

A morte dos cinco tripulantes do submersível foi atribuída a uma implosão ocorrida com o veículo, mas outros fatores também podem ter colaborado para o óbito dos passageiros.

O que é e como ocorre a implosão de um submersível? Uma implosão é o contrário de uma explosão, onde a pressão é direcionada para dentro com uma força descomunal após a pressão externa superar a pressão interna do submersível, o que pode ocorrer quando ele desce a profundidades além do suportado pela sua estrutura, assim como em uma explosão, é improvável que reste muito da embarcação e de seu conteúdo após o evento.

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Em uma implosão, há o colapso rápido do casco do submarino, o que pode resultar em danos graves ou na destruição total da embarcação. Os tripulantes estão sujeitos a sofrer lesões sérias devido ao impacto, esmagamento ou ferimentos causados pelos destroços resultantes desse processo.

Ainda não está claro em que momento exato ocorreu a implosão desde o desaparecimento do submarino no último domingo, a investigação busca esclarecer esses detalhes trágicos.

O papel da pressão da água na morte dos passageiros do submersível Além da implosão a enorme pressão da água a grandes profundidades também pode ter tido um importante papel no caso, como explica o Pós PhD em neurociências e diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

“A pressão da água é muito poderosa, ainda mais em profundidades tão grandes assim, isso faz com que, além da implosão, a pressão também pode ter contribuído para tornar a tragédia pior e danificar ainda mais a estrutura do submersível, o que também impactou em todos os tripulantes” Explica.

“As próprias autoridades evitam falar sobre a recuperação dos corpos justamente por que a uma pressão deste nível é possível que eles tenham sido destruídos e até mesmo partes da estrutura do submersível estejam completamente desintegradas” Afirma Dr. Fabiano.

A pressão nas profundezas do oceano é um fator crítico que pode resultar na morte de uma pessoa que mergulhe a grandes profundidades sem a proteção adequada.

À medida que se desce a maiores profundidades, a pressão aumenta devido ao peso da coluna de água acima, níveis extremos de pressão, como os encontrados em áreas oceânicas profundas, podem ser extremamente perigosos e letais para os seres humanos. (*Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB, é um Pós-doutor e PhD em neurociências).

Piracanjuba
Jornal 5 de Junho

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